Com a chegada (tímida, é verdade) do frio, pude contemplar nesta quinta-feira uma das minhas coisas preferidas: fettuccine ao molho carbonara acompanhado de um bom vinho tinto. E, para este grande evento, fui ao Spinna, um simples mas tradicional restaurante italiano de Porto Alegre. É atendido pela família que dá nome ao lugar, em um ambiente aconchegante e tranqüilo.
Na hora de escolher a bebida que homenageia ao deus Baco, percebi que a carta de vinhos do Spinna era bem pobre, com poucas opções. Sou um grande fã de vinhos das uvas Merlot e Carménère, normalmente acabo por escolher uma das duas. Naquele dia especificamente, estava com vontade de apreciar o Santa Helena, chileno, da casta Carménère.
Porém, este em especial não constava no cardápio, apenas o Cabernet Sauvignon da Santa Helena. Por conhecer o Spinna, desconfiei que a carta de vinhos poderia estar desatualizada. Assim que o garçom veio à nossa mesa, fizemos o pedido dos pratos e comecei a questionar sobre os vinhos:
– Olha, percebi que há poucas opções de Carménère. Gostaria de saber se o senhor não dispõe de um Carménère da Santa Helena.
– Claro que temos, senhor. – respondeu o garçon.
– Beleza, pode ser esse, então. É que não está no cardápio, sabe?
– Está sim senhor. Pode conferir.
– Onde??? – perguntei perplexo e preocupado com um possível grave problema de vista.
– Aqui, senhor. “Carménère Sauvignon”, da Santa Helena. – disse o entusiasmado garçom, feliz em poder me ajudar.
Genial. O infeliz acabara de criar uma nova casta. Deveria ser ótima! Pobres clientes. Acabamos por escolher um Carménère de outra vinícula.