11 de setembro

Durante meus quase 29 anos de vida, três fatos me marcaram profundamente. O primeiro deles, o Impeachment do ex-presidente Collor. Ali comecei a me interessar por política e por jornalismo, as aulas de Moral e Cívica fizeram certo sentido e foi emocionante ver os caras-pintadas protestando nas ruas. O segundo foi o Tetra do Brasil em 94, primeiro grande título que eu comemorei e tive orgulho de ser do país do futebol. E o terceiro foi uma grande tragédia: o dia 11 de setembro de 2001.

Eu estava no bar da FAMECOS, no intervalo da aula, colocando açúcar em um café observando o intervalo da televisão sem volume. Entrou o temido Plantão da Globo, mostrando de cara imagens do World Trade Center em chamas. Enquanto a repórter falava e eu tentava adivinhar o que se passara, o segundo avião atingira a Torre Sul. Percebi naquele momento que o mundo estava mudando e alguma coisa muito séria acontecia e outras estariam para acontecer. Meu celular tocou e fui chamado para o trabalho na rádio imediatamente.

A medida que eu ia entendo o que realmente estava se passando, tomava consciência que estava vivendo o principal período da história mundial depois da queda do muro de Berlim. A maior potência do mundo foi dura e covardemente atacada por um grupo terrorista que usou corpos de inocentes como bombas altamente letais, requintando de crueldade uma ofensiva macabra e que trouxe novos significados para as palavras horror e terror.

Assumo que temi por uma terceira guerra mundial, onde a devastação planetária seria inevitável diante dos personagens envolvidos e o poder bélico disponível. Por sorte, não ocorreu, mas inocentes continuaram sofrendo e morrendo em decorrência de atos atrozes de ambos os lados.

Hoje, o dia conhecido como “11 de setembro” completa dez anos, com o principal criminoso já morto, muitas feridas ainda abertas, famílias em luto constante e uma reconstrução lenta e dolorosa de um símbolo de concreto. Sobre o World Trade Center falarei em especial num outro post. Agora, me atenho às homenagens que vi pela manhã.

Fonte: Site Terra

Impossível não ficar emotivo com relatos dos parentes das vítimas. Tento imaginar o desespero de quem estava nos aviões ou então de quem ficou em alguns dos andares acima de onde eles bateram. Sem esquecer das vítimas do Pentagon e dos passageiros que derrubaram o vôo United 93.

Ver os pais e filhos que ficaram tocando delicadamente o monumento de bronze com o nome das vítimas que cerca as duas piscinas colocadas nos lugares dos prédios é de cortar o coração. O silêncio ensurdecedor dos minutos de homenagem, o rosto de quem acompanha a cerimônia remetem a uma dor eterna.

Fonte: Site Terra

Em um programa sobre o 11 de setembro, vi o filho de uma vítima dizendo: “toda vez que a televisão mostra o momento do choque do avião nas Torres, eu vejo meu pai morrendo”. Não consigo sequer imaginar 1% do sofrimento que esta pessoa passa.

Aqueles que viveram o dia e hoje relembram como viram o que sentiram certamente guardam histórias de medo e angústia, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância. Dificilmente – e tomara que não aconteça – viveremos um momento tão duro e cruel em breve.

2 Respostas to “11 de setembro”

  1. Crisana Says:

    Uau! Um ano após você publicar o post, eu o encontro e o sentimento é incrivelmente, o mesmo. A sensação de perda, mesmo que eu não tenha perdido nenhum conhecido, a sensação de dor e angústia pelos que ficaram e o medo pelo que pode acontecer, é terrivelmente perturbador. Belíssimo texto!

  2. ta na hora de atualizar esse blog hein!

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