Essa aconteceu com uma amiga, cujo nome vou preservar (acho que ela não importaria, mas achei melhor assim). Ela é uma pessoa maravilhosa, a qual admiro muito, mas também protagoniza situações caóticas e kafkianas, que só uma pessoa no mundo poderia criar: ela mesma. São muitas as histórias, mas vou me ater a uma em especial.
Certa vez, ela estava no Free Shop de um aeroporto, na companhia de um amigo. Ambos haviam trabalhado o dia inteiro, estavam exaustos e aguardavam o vôo de volta ao Brasil para descansar no final de semana.
Os dois observavam os produtos da sessão de perfumes, e esta amiga testava alguns, no intuito de escolher um presente para a filha. Foi quando o acompanhante puxou um pote com grãos de café e ofereceu a ela:
– Quer café? – disse, estendendo a mão com o pote de grãos.
– Quero! – respondeu a nossa heroína, decididamente.
No mesmo instante, sem praticamente olhar para o pote, ela enche a mão com grãos e os coloca na boca, mastigando ferozmente.
– Mas está cru! – constatou, fazendo cara de espanto e de nojo.
Pausa.
Vamos para a análise da história. Café, pelo menos até onde eu sei, é líquido e não deve ser ingerido com a mão. O que será que ela pensou, hein? Bala de café já sem o papel? Iguaria distinta daquele país que estavam visitando? Cansaço dos dias de trabalho? Algum perfume continha ingredientes alucinógenos? Atitude característica desta pessoa em particular, não surpreendente para quem a conhece?
Fico com a última.