Arquivo para agosto, 2009

Férias planejadas

Posted in Mural with tags , , , , , , , , , , on 31/08/2009 by andreifonseca

Sexta-feira passada, eu e a Ju definimos nossas férias. Yeah! Confirmada nossa viagem para o Canadá e para New York. Vamos ficar 20 dias fora do país, em janeiro.

Há três anos, eu já fiz esse roteiro, quando fui visitar um amigo no Canadá e depois fui conhecer a Big Apple. Peguei o maior frio da minha vida, com 32 graus negativos em Almonte, uma cidade próxima de Ottawa.

Mesmo sendo muito frio, o clima é mais interessante que o nosso inverno aqui. A começar pelo interior dos lugares, que são planejados para este tipo de clima. Dentro de bares e lojas, é possível ficar de camiseta de manga curta.

Da minha visita ao Canadá, vou poder, novamente, assistir aos jogos do Toronto Raptors, meu time na NBA. E faltou contemplar o War Museum, em Ottawa. Desta vez, também, quero aproveitar um pouco mais Montreal, cidade que só pude conhecer na corrida.

andrei at almonte

Quanto a New York… bem, para mim, é a cidade mais incrível do mundo. Há muito que eu gostaria de ver de novo, sem falar no que ainda não vi. New York é como um “F5” em site de notícia, cultura e tendências, só que muito mais interessante e interativo.

E o mais interessante de tudo? A Ju vai junto. Isto é, se ela aguentar as minhas histórias repetidas e maçantes sobre os dois lugares durante quatro meses.

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Falando em viagem, esta semana vou para Minas Gerais visitar meus parentes. Faz cinco anos que não faço essa trip. Serão apenas três dias, mas estou ansioso. Rever família sempre é bom.

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A Ju, mesmo gremista, me acompanhou no Beira-Rio, neste domingo. Deu sorte. O Inter ganhou de 4 a 0 do Goiás. Eu tava tenso, afinal, seria o reencontro com o Fernandão, o jogador que mais admirei até hoje.

Mas foi tudo perfeito. Fernandão ficou pouco em campo (expulso injustamente, na minha opinião) e o colorado fez quatro belos gols.

 

Já o Grêmio segue sem vencer fora de casa. Tá na hora disso acontecer. E vai. Em breve. E quer saber? Acho que vai ser no GRENAL. A lei da gangorra me preocupa.

Verdades e Mentiras

Posted in Histórias - A vida foi assim, O mundo cruel with tags on 27/08/2009 by andreifonseca

Não costumo escrever duas vezes em um mesmo dia. Mas depois que publiquei, fiquei matutando cá com meus botões.

Como é ruim ser enganado, não acham? A gente gera um sentimento de expectativa e acaba frustrado. Estava refletindo sobre isso ao meio dia.

No meu caso, eu fui enganado pela NET, que em prometeu um serviço e não me entregou. Shame on you, NET! Isso e outras coisas me fizeram pensar.

Acabei trocando o meu almoço por momentos de reflexão. Aí, lembrei a primeira recordação que eu tenho de uma mentira contada por mim. Quando eu era pequeno, a minha mãe tentava me fazer comer salada. E eu odiava e continuo odiando.

Um certo dia, com muito jeito, ela me pediu: “Filho, come essa cenourinha aqui. Vai te fazer bem. Só experimenta. Se não gostar, não precisa comer”. Ela pediu com muito jeito. Eu não podia negar.

Mas, quando ela me entregou, descascada e enrolada em um guardanapo, eu mudei de idéia. Achei melhor não. Eca! Cenoura crua. Não, não. Bolachas recheadas, por favor.

Mas eu tinha que dar um fim naquela cenoura. Antes que algum engraçadinho pense ou diga uma bobagem, já adianto: não enfiei no cu não. Caminhando pela sala, resolvi escondê-la embaixo de uma pirâmide cor de vinho que tinha numa mesa. Perfeito. Ninguém acharia.

Horas depois, minha mãe me viu brincando e perguntou se eu tinha comido a cenoura. Respondi que sim. Ela me olhou com jeito de mãe, compreensiva, amaciou a voz e disse:

– Filho, você comeu mesmo? Fala a verdade para a mamãe. Não vou ficar braba. Não é legal mentir.

Eu não lembro quantos anos eu tinha, mas a primeira vez que senti remorso. Parecia que me coração se contorcia. Aquela voz doce da minha mãe, combinado com o olhar penetrante e, principalmente, sinceridade, me destruíram.

Assumi que mentira e mostrei onde tinha escondido. Ela passou a mão na minha cabeça, recolheu a cenoura e colocou no lixo. Mas eu via nos olhos dela que estava magoada.

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Anos mais tarde, já na primeira série do colégio, tínhamos uma prova, na qual, dentre os conteúdo cobrados, estavam os cinco sentidos: olfato, paladar, visão, audição e tato.

Fácil, né? Pois na hora da prova, esqueci de um deles. Furtiva e inocentemente, levantei meu caderno, que estava embaixo da classe, e vi o que faltava. Respondi a questão e entreguei feliz a prova.

Me achei um cara esperto por ter utilizado este recurso. Resolvi dividir coma minha mãe, quando ela foi me buscar.  Quando eu contei, ela encheu os olhos de lágrima e disse com a voz embargada:

– Meu filho…. tu colou…… tu colou, meu filho.

Bah… aquela voz chorosa e a “ignorada” que eu levei durante o trajeto para casa (ela não me olhou mais) me demoliram. Durante anos, convivi com essa culpa de ter colado numa prova sendo filho de professor.

Mais tarde, contei isso para o meu psiquiatra e ele me absolveu:

– Andrei, você foi honesto. Só isso.

Verdade sempre.

Pague Para Não Ver

Posted in Comunicação, O mundo cruel with tags , , , , , on 27/08/2009 by andreifonseca

O cenário parecia perfeito. Amigos, churrasco, cerveja, apartamento novo, piadas e, evidentemente, jogo de futebol na TV. Do Internacional, no caso. Seria ótimo se não fosse pelo detalhe que me motivou a escrever este post.

Voltando um pouco no tempo, no meio da tarde de ontem, contratei, por telefone, o serviço de pay-per-view para o jogo Internacional x Santos, pelo Campeonato Brasileiro. A ligação durou em torno de cinco minutos.

Rapidamente, após checagem de dados e alguns “momentos, por favor, senhor”, o sinal havia sido liberado, mediante o salgado pagamento de R$ 70,00 pela partida.

Carne e cerveja na geladeira, carvão comprado e amigos convidados. Vamo, vamo, Inter! De noite, os convidados começaram a chegar. Churrasco rolando, cerveja gelada, só faltava começar o jogo.

Dez minutos antes do início, colocamos no canal 122 da NET. Apareceu a mensagem “para comprar este programa, aperte a tecla OK”. Deu medo. Mas resolvemos confiar na NET, afinal eu fiz a operação antecipadamente.

Nove horas em ponto! Apita o árbitro e a bola não rola na casa do Andrei. Estávamos ouvindo o jogo pelo rádio, enquanto eu liguei, desesperado, para a central.

Atendeu um moço que pareceu ser pouco prestativo. Avisou que mandaria um reforço de sinal e pediu que eu (adivinhem??) retirasse o cabo de força do decodificador, esperasse 10 segundos, e ligasse novamente. Feito o processo… nada!

Foi aí que ele disse: “Senhor, para mim está registrado o canal 102, e não 122. O senhor pode colocar no canal 102, por favor?”. Rapidamente digitei os números e apareceu “PPV Filmes – Queime Depois de Ler. Para comprar, tecle OK”. Relatei para ele que fez uma pausa dramática e disse o irritante “só um minuto”.

O atendente pediu que ligassem 15 minutos, que era o tempo limite do “reforço de sinal chegar”. Beleza, o cara aperta o botão, o tal o sinal vai até Saturno, dá uma volta nos anéis, Usan Bolt ganha dele, e só daí eu recebo a imagem.

Passados os 15 minutos, nada de sinal. Liguei de novo, atendeu outro rapaz, que soou mais solícito. Tentou descontrair, perguntando quanto tava o jogo, para quem eu torcia, etc. Simpático, mas eu estava sem paciência.

Após alguns cliques lá e o procedimento mágico de ligar e desligar o decodificador aqui, não houve solução. Com voz embaraçada, o atendente me comunicou:

– É senhor. Em nome da NET peço mil desculpas, mas o sinal está com problema mesmo. Fiz de tudo que era possível aqui, mas não tem jeito. O senhor não tem como receber o jogo.

Fiquei frustrado. Convidei amigos, fizemos uma festinha e nada do prato principal. O segundo atendente me garantiu que não haveria cobrança. Mas eu duvido. Capaz que a NET vai deixar de me cobrar por este serviço não prestado.

Aliás, o preço do jogo avulso por telefone é R$ 70,00, enquanto pelo controle remoto é apenas R$ 55,00. Adivinhem se está funcionando este serviço? Não, é claro. Está temporariamente desabilitado, segundo me informaram.

A NET lançou ontem o PPNV, Pague Para Não Ver. Reúna os amigos, faça churrasco, beba cerveja e saia frustrado. Quem sabe a NET tá com uma promoção do filme “Ensaio Sobre a Cegueira” e eu não sei, hein?

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Pelo menos, na primeira vez na história, o Internacional não perdeu na Vila Belmiro em Campeonatos Brasileiros. Êêêêêêêê!! Empatamos! Graças ao Bolívar, que foi um grande zagueiro. Em 2006.

Peculiaridades do Royal Gate

Posted in Fica quieto!!, Mural with tags , , , , on 26/08/2009 by andreifonseca

Que todo edifício ou condomínio tem nome, não é novidade. Mas o meu chama-se Royal Gate. Forte, não? Possui uma fachada imponente, lembra um prédio nova-iorquino. Por dentro, segue o estilo de Downtown Manhattan, com lofts amplos e confortáveis.

Quanto ao perfil de moradores, podemos sintetizar em solteiros, afinal todos apartamentos são de um quarto. Os detentores de coberturas duplex têm a possibilidade de fazer um segundo dormitório.

Mas fora esse charme todo, é um prédio com muitas peculiaridades. As pessoas que lá trabalham são claramente orientadas para serem extremamente sérias e imparciais. Mas, comigo pelo menos, não durou muito.

Logo que me mudei, um dos porteiros foi extremamente educado comigo. Solícito, prontificou-se a me ajudar, ofereceu número de tele-entrega, explicou sobre os esquemas do prédio e tal.

Achei a atitude dele extremamente profissional, mostrou ser bem treinado. Dias depois, me chamou no elevador e ofereceu a esposa como faxineira, dizendo que ela trabalhava em vários apartamentos ali. Beleza.

 

Fachada do meu prédio, na visão do colega Rômullo

Fachada do meu prédio, na visão do colega Rômullo

Já o outro cara que fica na portaria é diferente. Mais quieto, sorri pouco, cumprimenta, me chama de “senhor Andrei” e parece ser uma pessoa reservada. Julguei que não iria se expor muito. Até que ele me abordou e disse:

– Senhor Andrei. Desculpe incomodar o senhor. Mas eu recolho latas também. Se o senhor usar latas e for jogá-las fora, eu aceito. Não vou ficar rico com isso, mas ajuda.

Beleza. Separarei minhas latas então. O terceiro profissional que fica na portaria é o mais velho. Tem uma postura tranquila, fala pouco também. Um dia, ele não agüentou e largou essa:

– O senhor trabalha na TV, senhor Andrei? Tem uma pinta de artista.

Minha gargalhada ecoou pelo prédio. Depois dessa, ele passou a ser sorridente.

Outra coisa interessante é que o meu vizinho de cima já era conhecido. Aliás, influenciou na minha escolha. Embora nos cruzamos pouco (no bom sentido, claro), vez que outra rola o que chamamos de “cerveja de vizinho”. Aliás, tem uma marcada para semana que vem.

Lembrei agora que, na segunda-feira, pensei ter ouvido cantos gregorianos no corredor. Estranho. Nunca tinha acontecido. Será que tem fantasma no prédio? E tem um cara que sai para correr às sete da manhã e sempre volta quando eu estou indo trabalhar. É um senhor que não fala nada, mas usa aqueles calções da copa de 70. Fico segurando o riso no elevador.

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Coca-Cola 2L no bazar: R$ 2,50

Bandeja de cachorrinhos quentinhos da padaria da esquina: R$ 31,00

Entrar em uma reunião importante com esses dois itens, ser aplaudido, contar piada e ainda mostrar o vídeo da Anabela de Malhadas: não tem preço!

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Será?

Será que hoje vai chover?

Será que eu comprei carne suficiente?

Será que a cerveja já gelou?

Será que o Inter ganha do Santos na Vila Belmiro pela primeira vez na história?

As gladiadoras

Posted in Mural with tags , , , , on 25/08/2009 by andreifonseca

Mulheres disputam espaço. Bah, Andrei. Descobriu a América, parabéns. Calma, gente. Já sabia disso há algum tempo. Mas hoje, durante o almoço, a minha ficha caiu. Tive aquelas visões que “clareiam” um pouco mais as coisas.

Estava conversando com duas colegas de agência sobre outra colega. Papo vai, papo vem, daqui a pouco começamos a falar de coisas que não gostamos dela. Eu assumi uma postura política, critiquei o que achei que deveria e anunciei que já havia dito isso diretamente para a tal pessoa.

Mas as minhas colegas não. Reclamaram para mim coisas que me fizeram tomar as dores da outra. Lá pelas tantas, a discussão começou a ficar levemente acalorada, até que uma delas sentenciou:

– Não adianta, Andrei. Nós somos mulheres. E mulheres pensam assim de mulheres. É o jeito que nos vemos.

Aí tive a prova de que meus argumentos eram em vão. Exagerando um pouco, a disputa foi para o lado “religioso”. Católicos contra protestantes. Judeus contra muçulmanos. Colorados contra gremistas.

Qualquer argumento a mais da minha parte me tornaria um aliado da “acusada”. Desisti de defendê-la. A fiquei pensando na razão de brigar por brigar. De ser contrário pelo simples fato de alguém ter uma característica me particular.

Gostaria, por exemplo, que a minha amiga Fê, a poetisa e teórica da visa social, argumentasse sobre isso. Esses dias, ela colocou no Twitter que torcera pelo Dado Dolabella, pois ele havia sentado a porrada na Luana Piovani. Também não gosto da atriz, a não ser pelo fato dela ser bonita (mas a Ju é muuuuuito mais). Mas torcer pelo infeliz… pô, não dá, né?

Eu trabalho em uma sala com três mulheres. O clima é tri bom, não há intrigas e etc. Mas a diretora de criação fica numa sala com três homens e queria um quarto, mas acabou recebendo uma moça. Ela me disse várias vezes que “trabalhar com homem é muito melhor, pois não gera intrigas”.

Alguém me explica esse ranço feminino com a própria espécie? Que há dificuldade de relacionamento, tudo bem. Mas gostaria de ter uma explicação lógica sobre isso.

Fê? Ju? Alguém?

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Desisti de ver o “No Limite”, da Globo, há duas semanas, quando um dos participantes foi votar na eliminação e escreveu a sua indicação no papel: “Julha”. Julha?? JULHA??? J-U-L-H-A??!?!?!

Melhor assistir baseball na ESPN.

Carlinhos merecia ganhar

Posted in Mural, O mundo cruel with tags , , , , , , , , , on 24/08/2009 by andreifonseca

Acompanhei pouco o programa A Fazenda, da Record, (ou Big Brother Rural) mas torci muito para o Carlinhos ganhar. Fiquei contrariado com a vitória do Dado Dolabella. Custei a acreditar que o Brasil o havia escolhido.

Assisti a poucos episódios, mas o resumo do que eu vi foi um ator (mentado) bad boy que enfurecia por qualquer coisa, um consultor de etiquetas que usava uma manta (ou pashmina) ridícula, uma morena bonitinha e raivosa que xingava as pessoas, um playboy poeta e um gênio de humor, super-talentoso, que superou terríveis adversidades.

Possivelmente, um fã assíduo da Fazenda deve achar o meu relato sem embasamento, afinal ele deve ter acompanhado todos episódios. Até posso concordar com ele, mas eu tinha coisa melhor pra fazer.

No final, quando comecei a me envolver levemente com o programa, o cara que eu torcia saiu. Pô, sou fã do Carlinhos. Mais precisamente do Carlos Alberto Silva, humorista de 29 anos. Um cara que teve uma vida duríssima e deu a volta por cima.

Quando era pequeno, Carlinhos sofria com um pai alcoólatra e violentíssimo, uma mãe submissa e ausente e irmãos que eram passivos com surras constantes. Um dia, ele cansou dessa tortura física e psicológica e tomou uma decisão difícil: rompeu laços familiares e foi morar na rua.

Anos mais tarde, em um abrigo para crianças carentes, Carlinhos viu chegar um carro da Jovem Pan e pediu um “emprego na rádio, que era o sonho de infância” para a passageira do automóvel, que era a esposa do dono da emissora que ajudava o abrigo. Levou.

Trabalhou como porteiro na Jovem Pan e, um dia, fez uma imitação que encantou o Emílio Surita. O chefão o convidou para participar do Pânico no rádio. O sucesso foi tão grande que Carlinhos ficou, com seu personagem símbolo, o Mendigo. Fez um patcha sucesso. Merecido.

Além do Mendigo, Carlinhos fazia vários personagens no Pânico. A imitação do Serginho Malandro era fantástica, ainda mais no quadro Salci Fufu, quando ele ia com dançarinas, fogos de artifício e uma banda para portas de quartos de motel e fazia um escândalo, surpreendendo casais.

Um cara como ele, que não teve base cultural nenhuma, tem uma capacidade impressionante de fazer piadas. Um talento natural. E é um grande imitador. Saiu da jovem Pan e foi para a Record, depois foi parar no reality show. Assim que saiu da Fazenda, Carlinhos reencontrou a mãe e uma irmã. Foi emocionante.

Porém, nosso herói ficou em terceiro. Ganhou o músico e ator (segundo seu blog) Dado Dolabella. Mesmo assim, não merecia levar. Um cara que agride a namorada, quebra cenário em programa de TV e discursa ridiculamente sobre poesia, retórica e comportamento humano não pode ser o vencedor em detrimento de pessoas como o Carlinhos.

Foi a preferência do público, fazer o que? Ao me questionar porque ele havia sido escolhido, pensei no Senado. Ahá! Entendi tudo agora.

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No fim das contas, posso dizer é que a Record foi ousada, achou um mote interessante para reality show, mas copiou descaradamente a Globo em muitas coisas. A começar pelo deslocamento de um jornalista de renome para apresentar o programa e dar discursos poéticos e dúbios na hora das eliminações.

Achei divertido ver beldades da TV de porre às sete da manhã ordenhando vacas, molhando hortas e cuidando de cabras. Aliás, para não cometer injustiça, o Dado foi o único que levantou um dia para fazer o trabalho sozinho

Go, Chuck

Posted in Músicas, Mural with tags , , , , on 21/08/2009 by andreifonseca

Quando eu era pequeno, as vezes passava as tardes em casa, só com minha empregada. Ela costumava assistir TV, o vale a Pena Ver De Novo. Meu irmão ficava na escolinha. E eu, brincava com o rádio do meu pai.

Ele tinha um toca discos enorme, que decorava a sala. Os discos de vinil ficavam embaixo. Eu sentava de pernas cruzadas, ou ligava o rádio e navegava pelas emissoras, ou escolhia um disco pela capa e colocava.

Houve um dia que coloquei uma coletânea sobre rock and roll. E lembro exatamente dos acordes que ouvi. Tinha um riff de guitarra marcante, que me fascinou. O refrão era fácil, falava de um tal de Johnny. Se tratava de Chuck Berry, cantando seu maior sucesso.

Anos mais tarde, descobri o que significava aquele cara. Era simplesmente o início do rock and roll. O começo da árvore genealógica. Grande parte das bandas de hoje vêm dos primórdios, nem que seja 1%. Ou seja. Chuck Berry começou tudo.

Ontem, pela segunda vez, eu vi Chuck Berry. Wou! Muito melhor que ano passado. A energia dele impressiona. Ele subiu ao palco, fez o que quis, cantou os maiores sucessos, e deu um “boa noite” que deixou saudade.

Foi curto, é verdade, com menos de uma hora de show. Mas os fãs entendem. Fomos contaminados com uma energia visceral de rock and roll, de uma pessoa que criou uma religião e se mantém fiel ao primeiro capítulo da bíblia.

Não poderia ser diferente, o ponto alto foi quando Chuck tocou Johnny B. Good, e fez com que o público contemplasse um dos momentos mais importantes da história do rock. Mágico.

No final, a convite do astro maior, mulheres subiram ao palco e sacolejaram para delírio do resto, numa evidência de que, mesmo aos 82 anos, Chuck Berry ainda é o cara. Curti muito a My Ding Ling, música engraçadíssima.

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Esse final de semana, eu a Ju vamos decidir sobre as nossas férias. Um roteiro já está definido, basta saber se é apenas esse ou terá uma segunda parada.

Adoro viajar.

Neste final de semana, também, vamos montar um quebra-cabeças de mil peças que a Ju insistiu para comprar. São dois mapas. Muitas peças azuis. Vai ser mega difícil, mas ela quis. Força, my love!

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Gostaria de postar umas piadinhas, mas não tenho mais tempo. Sexta-feira agitada é soda. Bom final de semana.

Triste rotina

Posted in Músicas, Mural, O mundo cruel with tags , , , , , on 20/08/2009 by andreifonseca

Mais uma vez, o Internacional saiu prejudicado pela arbitragem em um jogo contra o Corinthians. Impossível não suspeitar dessa rotina infame na qual o torcedor é submetido.

Estive ontem no estádio Beira-Rio, com sede de vingança (pacífica, evidentemente). E, durante 90 minutos, vi um jogo equilibrado. Vi um Inter com vontade, com maior posse de bola, chances de gol perigosas. Mas pouco eficiente e desorganizado. Ah… e nervoso.

Vi um Corinthians tranquilo, experiente mesmo com jogadores reservas. Uma equipe quase perfeita taticamente, contra-ataque rápido, meio-campo marcador. Mano Menezes merece os méritos, sim senhor. Mas, desculpem-me os corinthianos. O resultado foi injusto.

“Mas, Andrei, não é choro de perdedor?”. Sim, é. Mas, sobretudo é um desabafo que SEMPRE contra o Corinthians o jogo é NEBULOSO. Não lembro de um jogo que fomos derrotados com total justiça (descontado erros irrelevantes de arbitragem, obviamente).

Na Copa do Brasil, o Timão marcou o segundo gol com bola rolando e o árbitro não foi macho suficiente para anular. “O que? Anular um gol do Ronaldo? Numa final? Isso vai custar minha carreira!”. Héber Roberto Lopes foi parcial. Deixou os pendurados Elias e Chicão descerem a lenha no time colorado. E não marcou pênalti no Alecssandro.

Ontem, os dois gols do Corinthians foram ilegais. Houve pênalti no Andrezinho. Nada. Ressalto que Bolaños merecia vermelho. Não levou. Wagner Tardelli teve uma arbitragem fraquíssima, ridícula e mostrou que é um profissional sem pulso e com medo de marcar lances decisivos.

O Corinthians está entalado na minha garganta. 2005 ainda não desceu. E faço uma aposta com vocês. Ano que vem, o Timão comemora o centenário. Adivinha quem será o grande campeão da Libertadores 2010? Resta saber de como serão as arbitragens. Que o Corinthians tem influência no Brasil, já sabemos. Vamos ver em nível internacional.

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Semana passada, vi o Rei. Hoje, verei o pai de todos, o criado do rock. Falo de Chuck Berry. Ano passado, já pude assisti-lo no Pepsi On Stage. Agora, é a vez do Teatro do Bourbon Country. Melhor, dá pra ver sentado.

Amanhã comento o show.

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Ter que fazer exames médicos me deixam profundamente irritado. Por isso, quase nunca visito profissionais da saúde. Errado. Deveria ser mais consciente.

Tanto que fui ao dentista ontem e adivinha? Cárie. Putz. Agora tem que obturar e tudo mais. Fora o gasto. Um saco.

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Por fim, quero deixar claro uma coisa. Este blog é um espaço onde eu manifesto minhas opiniões sobre diversos assuntos. Aceito críticas, sugestões e contrapontos. Não deleto comentários.

Mas, falta de respeito, neste espaço, não será tolerada.

O estagiário infiltrado

Posted in Histórias do Microfone, O mundo cruel with tags , , , , , , on 18/08/2009 by andreifonseca

Gostaria de dar o crédito desta história, mas temo que minha fonte sofra represálias. E no jornalismo temos uma máxima: quem revela a fonte é água mineral.

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul vive momentos turbulentos há um bom tempo. É denúncia em cima de denúncia, crise atrás de crise. Parece que não vai ter fim. Até o MPF entrou na jogada e citou a governadora como ré no processo.

Mas, vamos deixar a politicagem de lado, pois a história é sobre bastidores. Como todos sabem, o Palácio Piratini possui um setor de rádio-escuta e clipagem, nada mais normal para um órgão público. Aliás, é fundamental saber o que é dito pelos meios de comunicação, que são os canais do povo.

Pois bem. Um jovem estudante fora contratado recentemente para trabalhar neste setor. Fez a entrevista, encantou a todos, tinha um discurso firme, conciso.

Recebeu o “sim” do chefe, que avisou que “começaria amanhã, pois acontecia um protesto contra a Governadora Yeda naquele exato momento e as coisas estavam corridas”. Não havia como acompanhá-lo e explicá-lo sobre suas atividades. Assinou contrato e foi liberado.

Ao chegar para trabalhar no dia seguinte, o jovem foi surpreendido pelo seu chefe, puto da vida, com um jornal de grande repercussão na mão. Na manchete, a chamada para o protesto do dia anterior contra o governo.

O estudante começou a suar, disse não entender. Mas daí o chefe apontou a imensa foto que ilustrava a capa, onde mostrava claramente o nosso herói junto aos manifestantes, gritando palavras de ordem e aplaudindo o ato, que era de partidos extremistas e totalmente contrários ao governo.

“Tudo que não precisamos é de um espião”, disse o irritado superior. O jovem teve a demissão mais rápida da história.

Bico solto

Posted in Mural with tags , , on 17/08/2009 by andreifonseca

Ao programar a minha viagem para Minas Gerais no feriado de Sete de Setembro, lembrei de uma história de avião contata por um amigo, durante o almoço, na semana passada.

O vivente fazia o vôo Porto Alegre – São Paulo pela TAM, numa bela manhã de sol. O destino final era mais pra cima, alguma praia do nordeste brasileiro.

Tudo corria maravilhosamente bem. Avião estável, serviço de bordo ok… beleza. Nada para se preocupar, certo? Errado. Este era o cenário perfeito para que o piloto chamasse, como o fez, calmamente:

– Bom dia, senhoras e senhores passageiros. Sejam todos bem-vindos ao vôo da TAM, com destino a São Paulo e conexões. A temperatura no nosso destino é tal, o tempo está assim e assim. Nesse momento, estamos sobrevoando a paradisíaca ilha de Florianópolis, em Santa Catarina, que vocês podem observar a direita da aeronave.

Enquanto alguns contemplavam a sugestão do comandante, o mesmo encerrava tranquilamente sua manifestação. Despediu-se, desejou bom vôo e, menos de um minuto depois, retornara com a seguinte manifestação:

– Caros passageiros, esqueci de um pequeno detalhe. Durante os primeiros momentos do nosso vôo, uma parte da fuselagem, localizada na frente da aeronave, acabou se desintegrando. É a parte popularmente conhecida como “bico”.

Pânico geral. As pessoas começaram a se entreolhar e ficar preocupadas. Alguns prendiam a respiração. Mas o piloto continuou:

– É absolutamente possível que isso aconteça, devido a força do atrito, blábláblá… não há o que se preocupar em relação a isso, apenas será sentido uma turbulência maior que a normal. Quando chegarmos ao nosso destino, haverá manutenção da aeronave, então os passageiros em conexão também deve ser desembarcar. Pela atenção, obrigado.

Pronto. Metade do avião comentava a possibilidade de acontecer o pior, e a outra metade comentava e rezava. As aeromoças passavam pelos bancos sorrindo e dizendo pausadamente: “Calma, pessoal. Isso está previsto. Não se preocupem.” E se dirigiam para a parte da frente.

Ao chegar, sentaram-se rápido e colocaram os cintos de segurança, sem antes fechar as cortinas. No fim, tudo deu certo e, várias turbulências depois, o avião chegou ao seu destino.